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quarta-feira, 8 de maio de 2013

O baião


Agora, o baião:
Em meados do século XX, o sudeste ainda escutava canções enfadonhas, eruditas e tristes como machinhas, maxixe e Boleros. Foi aí, que um compositor pernambucano chamado Luiz Gonzaga (1912-1989), vindo do sertão lhes apresentou um ritmo novo, contagiante e alegre chamado Baião. Não demorou muito para os “sulistas” se agradarem do tal Baião. O Baião é um ritmo derivado de outro chamado Lundu (o Lundu segundo o sociólogo Waldenyr Caldas, chegou ao nosso país ainda no século XVI, trazido por escravos. Portanto, de origem Afro), o Baião também é influenciado pelo Samba e o Conga (ritmo latino “cubano”). Apesar de ser um primo irmão do Lundu, o Baião segundo Câmara Cascudo, só veio a ser criado no século XIX, mas foi no século XX (após 1946) que ele desbancou o Bolero e se tornou “paixão nacional”.
O Baião nos anos 50 virou uma verdadeira febre e vários artistas de outras vertentes musicais se rendem ao seu charme gravando suas canções, dentre esses artistas temos como exemplo Carmem Miranda e Jamelão. Apesar da Bossa Nova na década de 60 colocar um pouco de água no chopp do Baião, o mesmo ainda persistia e resistia principalmente pelo fato de ser mais “povo”, até porque a Bossa Nova usava smoking e tomava champagne, enquanto o Baião vestia gibão (vestimenta rústica tradicional dos vaqueiros nordestinos) e tomava cachaça. Porém, com o surgimento da indústria cultural o Baião sofreu mais um grande baque e definhou mais ainda na década 70. Mas como bom nordestino, ainda tinha forças pra lutar e foi o que fez, através de artistas como o próprio Luiz Gonzaga, Dominguinhos e outros tantos que lutaram para que o Baião não fosse esquecido pela modernidade, pela indústria cultural que cada vez mais trazia o Rock’n’roll americano. Entretanto, no meio dessa confusão toda ocorreu uma contradição, até o Rock se rendeu ao Baião – Como assim? – Vou explicar: como a Tropicália se apropriava de vários ritmos, o Baião não podia ficar de fora e se misturou com a Tropicália (ou ao contrário, tanto faz…), como a Tropicália também fundia elementos do Rock’n’roll, não foi difícil o Rock mescla-se ao Baião. Então, pra encurtar a estória, é criado por Raul Seixas o Baioque, uma mistura de Rock e Baião que se transformou numa espécie de musica country brazuca.

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