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quarta-feira, 8 de maio de 2013

Introdução

Uma pequena introdução de alguns dos muitos ritmos apresentados, para ter ideia do nosso contéudo apresentado na feira junina e aqui neste blog.

Apesar de o forró ser o estilo musical das festas juninas, podemos dizer que aqui no nordeste dançamos forró o ano inteiro. Mas, se é fácil para nós cair na festa e dançar sempre, é difícil classificar as diferenças existentes entre tudo que dançamos e classificamos como forró. O que seria o xote? O que seria o baião? Acho que é coisa que nossos pés e quadris sentem, nossos ouvidos reconhecem, mas é difícil traduzir em palavras.
Se a gente pesquisa, as divergências entre pesquisadores nos confundem, os compassos binários e quaternários se misturam na nossa cabeça e podemos não chegar a muitas conclusões. Por isso, estamos aqui, e viemos tentar, sem complicação, mostrar como é que é o forró, o xote e o baião.

Forró

“Eu fui dançar um forró, lá na casa do Zé Nabo
Nunca vi forró tão bom, nessa noite quase me acabo”
Segundo as pesquisas mais recorrentes, o termo forró deriva da palavra africana forrobodó, lugar onde acontece a festa, a algazarra. No século passado, a imprensa já documentava o local onde aconteciam os bailes populares como o lugar do forrobodó, forrobodança, fobó.

E nesses lugares, se dançaria e se tocaria os mais diversos ritmos nordestinos: baião, xote, xaxado, côco e quadrilha. Nas letras das musicas de Luiz Gonzaga, como “Forró de Zé Então” ou “Forró de Mané Vito”, o termo forró indica mesmo o lugar onde há a festa, a diversão.
Com o tempo, o termo ganhou uma amplitude maior e passou-se a se constituir como gênero musical, que contém uma variedade de ritmos e fusões musicais de muitos dos ritmos nordestinos, como a toada, o rojão, o carimbo, o merengue, o baião e o xote.

Baião

“Eu vou mostrar pra vocês
Como se dança o baião
E quem quiser aprender
É favor prestar atenção”
O baião teria se originado do dedilhado de viola, denominado baiano, que era executado na introdução e no desfecho dos desafios de cantador nordestino. Somado a isso, influências européias da cantiga medieval tocada pelos cegos nas feiras do nordeste. Há quem diga que também há um pouco de fado português e do maracatu africano. O baião é um ritmo mais animado, tanto que a primeira aparição do termo é na musica dos anos 20 “Samba Nortista”, do pernambucano Luperce Miranda, como se fosse uma versão regional do gênero brasileiro.

Até os anos 40, era um ritmo marginalizado, tocado apenas em pequenos lugares no nordeste. Mas Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira consagraram o ritmo e fizeram o Brasil inteiro dançar, sendo o ritmo mais importante e prestigiado do país entre os anos 46 e 54.
Tanto o baião quantos os outros ritmos nordestinos não tinham instrumentos fixos nem quantidade determinada de músicos. Mas, por motivos de barateamento e de necessidade de caracterizar o ritmo tanto visualmente quanto musicalmente – facilitando, assim, a difusão do ritmo Brasil afora, que se convencionou o trio: sanfona no centro, zabumba do lado direito e o triangulo do lado esquerdo. Essa formação também vem à nossa cabeça quando pensamos no nosso forró pé-de-serra.
Mesmo existindo o modelo tradicional, há algum tempo tanto o baião quanto o forró vem sendo interpretados com outros instrumentos, como a guitarra elétrica, o baixo e o teclado.

Xote

“Minha morena, venha pra cá
Pra dançar xote, se deita em meu cangote”
O xote tem origem europeia, e veio para o Brasil na época da Regência - era a dança dos salões aristocráticos. Ao final do século XIX saiu dos salões urbanos e foi parar nas regiões rurais, sendo incorporado e adaptado ao que por aqui já existia. Pesquisadores afirmam que Luiz Gonzaga dizia que o xote veio sim do estrangeiro, mas que no sertão eles criaram o xote malandro, o xote pé-de-serra, o xote de forró.
Quando escutamos uma batida mais lenta, mais marcada, um ritmo cadenciado que dá vontade de encostar a cabeça no par da dança, pode acreditar que você esta dançando xote! É o caso das famosas músicas “Riacho do Navio”, “Xote das meninas” e “Cintura Fina”, do nosso rei Luiz Gonzaga, que apesar de rei do baião também é um dos principais interpretes do xote, junto com Dominguinhos e Marinês. E pra dançar o xote é só de deixar levar pelo ritmo, deslizando os passos, dois pra lá, dois pra cá.
Não vá se perder!
Em resumo, nosso país é um caldeirão cultural e juntamos as influências de todos os lugares e construímos uma coisa só nossa cheia de particularidades, energia de sobra, ritmo, nuances. Esse é o forró, que desde sua origem, já misturada, já passou por diversas renovações, mudanças, incorporações. Além do forró pé-de-serra, considerado tradicional, temos também o forró universitário e o forró eletrônico.
O baião também veio de outras tantas misturas, e em resumo podemos dizer que é um ritmo mais acelerado, mais apressado, mais avexado. Já o xote é uma pitada de melodia alemã, cheia de cadência e graça, adaptada ao gosto (e ao quadril) dos brasileiros, uma musica mais bailada, pra dançar junto.
Mas no final das contas, o que importa é o festejo, a diversão e a alegria. É como se o nosso corpo pedisse pela diversidade dos ritmos, ora querendo dançar de forma mais vibrante, ora de forma mais relaxada. Mas é tudo festa, é tudo São João: é forro, é xote, é baião!

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