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quinta-feira, 9 de maio de 2013


Antigas festas juninas.

Quando falamos em ritmos, é evidente que pensamos em algo relacionado a festas juninas, mas e como estas festas eram antigamente? Separamos algumas das muitas fotos para caracterizar as antigas festas...

A evolução do forró


 Dizer que todos tocam forró não quer dizer que a música é a mesma. Ao longo das sete décadas desde que surgiu e se espalhou pelas mãos de Luiz Gonzaga, o estilo musical que é símbolo do Nordeste passou por transformações em sua forma. Ele deixou de ser uma música puramente regional tocada com sanfona, zabumba e triângulo, se adaptou à modernidade, incorporou elementos do pop, do axé e do tecnobrega. Bandas de forró mais novas têm uma produção comparável a grandes shows de pop do mundo.

A transformação gera controvérsias e disputas. O secretário de cultura da Paraíba, o cantor Chico César, criticou as bandas mais "modernas", que chamou de "forró de plástico" No mesmo tom, Dominguinhos, fiel ao forró original, já alegou que as bandas novas mudaram tanto o estilo que "não dá pra dizer que aquilo é forró".


Apesar da evolução e dos contrastes, os diferentes estilos do forró podem "conviver", segundo Expedito Leandro Silva, autor de "Forró no Asfalto: mercado e identidade cultural", em que trata da evolução e urbanização do estilo musical que é marca do São João no Nordeste. "O primeiro não deixa de existir, e o segundo continua a se modernizar e acentua suas diferenças em relação ao original", disse.
Pesquisadores do tema costumam dividir o estilo em três grandes fases: Forró tradicional (também chamado de pé-de-serra), Forró Universitário e Forró Eletrônico. Elas são marcadas pela urbanização, incrementação técnica e adaptação do estilo ao mercado em diferentes épocas.

Surgimento

Logo que apareceu, o forró era uma criação artística autêntica do universo rural do sertanejo, e teve em Luiz Gonzaga seu principal divulgador e representante. A música era normalmente tocada com apenas três instrumentos e trazia nas letras temas saudosistas, regionais e com forte sotaque interiorano. O pé-de-serra continua presente em sua forma clássica na grande festa do Nordeste. Seja pelas mãos de artistas já consagrados nacionalmente, como Dominguinhos, ou por nomes mais locais, como Santana, ainda há quem mantenha vivo o estilo original.

As primeiras grandes mudanças vieram a partir de 1975, quando músicos populares da época, como Alceu Valença, Zé e Elba Ramalho e Geraldo Azevedo se enveredaram pelo forró, adaptando o estilo à época e à forma que já tocavam. Era o forró Universitário, que tinha o nome tirado do público jovem e urbano a que apelavam.

Buscamos fazer pé-de-serra junto com nosso cotidiano, nossa realidade"Ricardo Cruz, do FalamansaO estilo foi retomado em estilo parecido duas décadas depois, quando grupos como Falamansa e Trio Rastapé se tornaram populares nacionalmente com o "pé-de-serra adaptado ao mundo atual", como explicou Ricardo Cruz, do Falamansa.

"A semelhança entre a gente e Alceu Valença e Zé Ramalho existe por termos seguido um mesmo movimento de buscarmos nas fontes originais, tradicionais, como Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, aliando ao momento que vivemos. No meu caso, é a contemporaneidade, misturando o pé-de-serra com influências de reggae, rock e MPB. Buscamos fazer pé-de-serra junto com nosso cotidiano, nossa realidade", disse.

Revolução


Apesar da continuidade do forró tradicional e da mudança de sotaque sem grande transformação do universitário, nos anos 1990 o estilo passou por sua maior transformação. Foi quando incorporou instrumentos novos, bailarinas, roupagem mais colorida e elementos de músicas sertaneja, romântica, brega e até do axé para criar o forró eletrônico.

Também chamado forró estilizado ou até mesmo "oxente music", o movimento começou no início da década, com grupos como Mastruz com Leite e Magníficos, e foi se tornando maior. A mudança nas últimas décadas foi tão intensa, chegando a grupos como Aviões do Forró e Calcinha Preta, que, segundo o pesquisador Expedito Silva, mudaram tanto a proposta original que se aproximam mais do tecnobrega de que do forró original.

O fundador da banda Magníficos, uma das primeiras do forró estilizado, explicou que o que eles fazem é música popular romântica misturada com forró. "É como se pegássemos uma música de Roberto Carlos, por exemplo, e tocássemos em ritmo de forró", disse José Inácio, o Jotinha.

A banda, na verdade, começou com músicas tradicionais, pé-de-serra, mas decidiu mudar. "Luiz Gonzaga nos influenciou muito, mas adaptamos o pé-de-serra tradicional ao romântico. Gostamos e respeitamos, mas não é o que queremos fazer. Você tem que acompanhar a evolução das coisas", disse. Segundo Silva, que estudou a evolução do forró, o principal diferencial entre o estilo clássico e o eletrônico é que as bandas novas lidam melhor com o mercado, vendem mais. "O estilo é preferido pelas pessoas mais jovens, que se identificam mais. O que acontece é que quem gosta de forró, especialmente no Nordeste, não confunde o eletrônico com o tradicional. Ele vê o estilizado como lazer, diversão, passatempo, mas respeita o forró tradicional", disse. 

Objetivos.



Serão apresentados, sob orientação da professora Dilma Tavares, iremos abordar os seguintes temas estabelecidos em relação à feira junina, os ritmos nordestinos dos anos 60 até os dias atuais e também o processo histórico das festas juninas dos anos 60 até nossa atualidade, tendo como objetivo ressalta ambos, em seus aspectos, seu processo evolutivo interligado ao seu desenvolvimento até atualidade, também com intuito do mesmo   ser apresentado de uma forma interativa.
 No primeiro tema citado, temos o objetivo de passar como surgiram os primeiros ritmos nordestinos, desde sua origem até a atualidade, seu processo evolucionário, seus mais importantes artistas, sua manifestação cultural fora do Nordeste, onde mais influenciou e entre outras coisas.
No outro tema estabelecido, sendo ele o processo histórico das festas juninas até os dias atuais, temos o intuito de estabelecer principalmente as mudanças durante o passar do tempo das festas juninas, como surgiram, todos os seus aspectos construtivos.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

O baião


Agora, o baião:
Em meados do século XX, o sudeste ainda escutava canções enfadonhas, eruditas e tristes como machinhas, maxixe e Boleros. Foi aí, que um compositor pernambucano chamado Luiz Gonzaga (1912-1989), vindo do sertão lhes apresentou um ritmo novo, contagiante e alegre chamado Baião. Não demorou muito para os “sulistas” se agradarem do tal Baião. O Baião é um ritmo derivado de outro chamado Lundu (o Lundu segundo o sociólogo Waldenyr Caldas, chegou ao nosso país ainda no século XVI, trazido por escravos. Portanto, de origem Afro), o Baião também é influenciado pelo Samba e o Conga (ritmo latino “cubano”). Apesar de ser um primo irmão do Lundu, o Baião segundo Câmara Cascudo, só veio a ser criado no século XIX, mas foi no século XX (após 1946) que ele desbancou o Bolero e se tornou “paixão nacional”.
O Baião nos anos 50 virou uma verdadeira febre e vários artistas de outras vertentes musicais se rendem ao seu charme gravando suas canções, dentre esses artistas temos como exemplo Carmem Miranda e Jamelão. Apesar da Bossa Nova na década de 60 colocar um pouco de água no chopp do Baião, o mesmo ainda persistia e resistia principalmente pelo fato de ser mais “povo”, até porque a Bossa Nova usava smoking e tomava champagne, enquanto o Baião vestia gibão (vestimenta rústica tradicional dos vaqueiros nordestinos) e tomava cachaça. Porém, com o surgimento da indústria cultural o Baião sofreu mais um grande baque e definhou mais ainda na década 70. Mas como bom nordestino, ainda tinha forças pra lutar e foi o que fez, através de artistas como o próprio Luiz Gonzaga, Dominguinhos e outros tantos que lutaram para que o Baião não fosse esquecido pela modernidade, pela indústria cultural que cada vez mais trazia o Rock’n’roll americano. Entretanto, no meio dessa confusão toda ocorreu uma contradição, até o Rock se rendeu ao Baião – Como assim? – Vou explicar: como a Tropicália se apropriava de vários ritmos, o Baião não podia ficar de fora e se misturou com a Tropicália (ou ao contrário, tanto faz…), como a Tropicália também fundia elementos do Rock’n’roll, não foi difícil o Rock mescla-se ao Baião. Então, pra encurtar a estória, é criado por Raul Seixas o Baioque, uma mistura de Rock e Baião que se transformou numa espécie de musica country brazuca.

O xote

Você conhece o xote? Sabe onde surgiu? Veja.

O que é Xote:


Xote é um tipo de música brasileira, nascida na Alemanha, e o termo significa escocesa, pois a dança inicialmente era referência à polca escocesa, um tipo de dança. O xote tem origem também na dança de salão portuguesa, e é muito tradicional no Brasil, em especial no Nordeste.
O xote veio para o Brasil em 1851, e inicialmente era difundida apenas entre os mais ricos, mas não demorou muito para os escravos se interessarem, e através de observações, acabaram adaptando a coreografia para seu próprio jeito, com mais flexibilidade, giros e movimentos.
O xote tornou-se um dos símbolos do Nordeste do Brasil, principalmente nos forrós, e também da região Sul, chamando-o de xote gaúcho. O xote acabou se tornando uma mescla de ritmos, como a salsa, a rumba e o mambo, e é muito dançada em todo o Brasil. Os xotes são compostos com o pandeiro e o triângulo, e vocalizadas por uma banda, e pode ser dançado por casais, ou até mesmo por duas mulheres. Há outro tipos, como o xote carreirinha, onde os casais correm no mesmo rumo, e é muito comum no Rio Grande do Sul, e o xote de sete volta, que o casal tem que dar voltas pelo salão, em uma direção, depois em outra contrária.

O xaxado


Continuando com a exposição dos diversos ritmos, o xaxado:

O Xaxado é uma dança típica nordestina, sua origem foi ligada diretamente ao Cangaço especificamente por Lampião e seus companheiros por volta dos anos vinte, Lampião antes de ter seu próprio bando, ele foi "recruta" do bando de Senhor Pereira, e nesses anos que ele foi recruta, talvez ele tenha aprendido o melhor da sua arte de cangaceiro, e logo depois a partir de vinte e dois, quando Senhor Pereira deixa o Sertão e vai embora para Goiás, Lampião assume o comando do bando, passa a ter seu próprio bando, passando de um "simples recruta" a comandante do grupo. No inicio denominava-se Xaxado apenas a música que era usada como fundo para a dança pisada, há uma diferença entre Xaxado que é a música e a pisada que é a dança. O Xaxado servia para que sobre ele se dançasse um tipo de coreografia que era chamada de pisada, sendo duas coisas distintas que com o passar dos anos, pela cabeça do povo se resolveu pela mistura de uma coisa com a outra e hoje se diz: " Eu vou dançar o Xaxado!", já não se diz: "Eu vou dançar a pisada!". A expressão Xaxado surgiu vem de uma atividade do sertanejo, que é xaxar a bagem do feijão depois de retirada (colhida) na roça, que é feito com um pau batendo o feijão, para retirar da bagem o caroço, chamado assim xaxar, "vamos xaxar o feijão!".

No Cangaço não havia a figura feminina, como o Xaxado foi uma dança originada no cangaço, em suas origens a mulher é inexistente, porém, a partir de mil novessentos e trinta, a figura feminina entra no Cangaço, passando a está presente também no Xaxado. O Xaxado é dançado em uma fila indiana, sapateando um atrás do outro. O Xaxado poderia ser dançado da maneira mais singela com o canto de quem tirasse o verso na frente, respondido por todos, e o ritmo era marcado pelo sapateado no chão, o som da alpercata no solo e a batida na argola do riffle winchester, bastaria isso para o Xaxado, mas, é evidente que em alguns casos, em casa de pessoas amigas, havendo um sanfoneiro e um zabundeiro, um fole de oito baixos ou até mesmo uma gaita de beicho, poderia encrementar o Xaxado concedendo a ele uma característica mais viva, mais ativa musicalmente falando. Apesar de ser uma dança muito simples, o Xaxado tem algumas variações feito em mil novessentos e vinte e seis pelo grupo do Cangaceiro Medalha. Viam dançando dois grupos, até que ficando frente a frente, os dois a frente da fila batiam as alpercatas, fazendo do Xaxado uma dança de admiração dos moradores das cidades, apesar da luta de muitos grupos de dança folclóricas o Xaxado hoje em dia está perdendo suas características. O Xaxado representa uma das únicas heranças culturais deixadas pelo Cangaço, movimento tipicamente Nordestino e parte do nosso Folclore, precisamos preservar a nossa Cultura para que as próximas gerações possam ainda vivê-la, e não apenas estudá-la.

O forró



Bom, como antes foi mostrado um pequeno resumo de cada item, vamos começar a mostrar os diversos ritmos, nada melhor que começar com o forró!

O que é o forró?

Forró não é dança, nem música, é tudo isso e mais um bocado de coisas. É um gênero que aglutina várias faces de um modo particular de viver e ver o mundo em uma determinada região do Brasil, o Nordeste. Quem começou tudo isso foi Luiz Gonzaga, pedindo permissão para o Pai Januário, grande tocador de 8 baixos em Exú, Sertão de Pernambuco. Como resultado de um conjunto de fatores tais como o clima do Sertão, Agreste e Zona da mata, o Nordestino se veste variando entre a xita, o xadrez, a calça comprida e camisas de malhas longas para se projeter do sol e do frio, da umidade e das palhas da cana de açúcar, o couro que proteje dos espinhos e das mordidas de cobra, o chapéu que oferece dignidade ao matuto. Indumentária é Forró. Uma cozinha que tem no milho sua base, nos grãos de arroz, feijão, na carne de bode e nos sucos de cada região pelo tempo das frutas. Culinária, gastronomia, é forró. Levada de baião, xote, pé-de-serra, marchinha junina, côcos, boi rural, xaxado (dança dos cabra de lampião), viola de 10 e 12 cordas e improvisos geniais dos repentistas, fazem parte do gênero forró. Não é uma coisa só. São várias, e diferentes! Nesse contexto de riqueza de detalhes de comportamento e filosofia de vida, uma literatura específica é também parte do forró, a literatura de cordel e os vários livros lançados com a vida e obra de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Pinto do monteiro, Zé Limeira, emendados com os clássicos de João Cabral de Melo Neto e Gilberto Freyre. Forró é filosofia de vida. Filosofia.

Dominguinhos (grande homenageado este ano em vários festivais e eventos no ciclo de junho), Luiz Gonzaga, Jacinto Silva, Marinês e sua gente,Ary Lobo, Genival Lacerda, Jackson do Pandeiro (meu eterno mestre), Trio Nordestino, Camarão, Abdias, Zito Borborema, Zé Dantas, Humberto Teixeira, Targino Gondim, Valdir Santos, Azulão, Ivan Bulhões e quem estiver nesse momento tocando e cantando um cotidiano e passado/presente de um grupo específico. Forró.Sem segredos, é um componente da vasta música popular brasileira, tão atual como o jazz, pop, blues, e versátil para o diálogo com a música eletrônica e o que se denomina de música moderna. Forró é simplicidade, é poeira.

Curiosidade: É comemorado em 13 de dezembro o Dia Nacional do Forró.

Introdução

Uma pequena introdução de alguns dos muitos ritmos apresentados, para ter ideia do nosso contéudo apresentado na feira junina e aqui neste blog.

Apesar de o forró ser o estilo musical das festas juninas, podemos dizer que aqui no nordeste dançamos forró o ano inteiro. Mas, se é fácil para nós cair na festa e dançar sempre, é difícil classificar as diferenças existentes entre tudo que dançamos e classificamos como forró. O que seria o xote? O que seria o baião? Acho que é coisa que nossos pés e quadris sentem, nossos ouvidos reconhecem, mas é difícil traduzir em palavras.
Se a gente pesquisa, as divergências entre pesquisadores nos confundem, os compassos binários e quaternários se misturam na nossa cabeça e podemos não chegar a muitas conclusões. Por isso, estamos aqui, e viemos tentar, sem complicação, mostrar como é que é o forró, o xote e o baião.

Forró

“Eu fui dançar um forró, lá na casa do Zé Nabo
Nunca vi forró tão bom, nessa noite quase me acabo”
Segundo as pesquisas mais recorrentes, o termo forró deriva da palavra africana forrobodó, lugar onde acontece a festa, a algazarra. No século passado, a imprensa já documentava o local onde aconteciam os bailes populares como o lugar do forrobodó, forrobodança, fobó.

E nesses lugares, se dançaria e se tocaria os mais diversos ritmos nordestinos: baião, xote, xaxado, côco e quadrilha. Nas letras das musicas de Luiz Gonzaga, como “Forró de Zé Então” ou “Forró de Mané Vito”, o termo forró indica mesmo o lugar onde há a festa, a diversão.
Com o tempo, o termo ganhou uma amplitude maior e passou-se a se constituir como gênero musical, que contém uma variedade de ritmos e fusões musicais de muitos dos ritmos nordestinos, como a toada, o rojão, o carimbo, o merengue, o baião e o xote.

Baião

“Eu vou mostrar pra vocês
Como se dança o baião
E quem quiser aprender
É favor prestar atenção”
O baião teria se originado do dedilhado de viola, denominado baiano, que era executado na introdução e no desfecho dos desafios de cantador nordestino. Somado a isso, influências européias da cantiga medieval tocada pelos cegos nas feiras do nordeste. Há quem diga que também há um pouco de fado português e do maracatu africano. O baião é um ritmo mais animado, tanto que a primeira aparição do termo é na musica dos anos 20 “Samba Nortista”, do pernambucano Luperce Miranda, como se fosse uma versão regional do gênero brasileiro.

Até os anos 40, era um ritmo marginalizado, tocado apenas em pequenos lugares no nordeste. Mas Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira consagraram o ritmo e fizeram o Brasil inteiro dançar, sendo o ritmo mais importante e prestigiado do país entre os anos 46 e 54.
Tanto o baião quantos os outros ritmos nordestinos não tinham instrumentos fixos nem quantidade determinada de músicos. Mas, por motivos de barateamento e de necessidade de caracterizar o ritmo tanto visualmente quanto musicalmente – facilitando, assim, a difusão do ritmo Brasil afora, que se convencionou o trio: sanfona no centro, zabumba do lado direito e o triangulo do lado esquerdo. Essa formação também vem à nossa cabeça quando pensamos no nosso forró pé-de-serra.
Mesmo existindo o modelo tradicional, há algum tempo tanto o baião quanto o forró vem sendo interpretados com outros instrumentos, como a guitarra elétrica, o baixo e o teclado.

Xote

“Minha morena, venha pra cá
Pra dançar xote, se deita em meu cangote”
O xote tem origem europeia, e veio para o Brasil na época da Regência - era a dança dos salões aristocráticos. Ao final do século XIX saiu dos salões urbanos e foi parar nas regiões rurais, sendo incorporado e adaptado ao que por aqui já existia. Pesquisadores afirmam que Luiz Gonzaga dizia que o xote veio sim do estrangeiro, mas que no sertão eles criaram o xote malandro, o xote pé-de-serra, o xote de forró.
Quando escutamos uma batida mais lenta, mais marcada, um ritmo cadenciado que dá vontade de encostar a cabeça no par da dança, pode acreditar que você esta dançando xote! É o caso das famosas músicas “Riacho do Navio”, “Xote das meninas” e “Cintura Fina”, do nosso rei Luiz Gonzaga, que apesar de rei do baião também é um dos principais interpretes do xote, junto com Dominguinhos e Marinês. E pra dançar o xote é só de deixar levar pelo ritmo, deslizando os passos, dois pra lá, dois pra cá.
Não vá se perder!
Em resumo, nosso país é um caldeirão cultural e juntamos as influências de todos os lugares e construímos uma coisa só nossa cheia de particularidades, energia de sobra, ritmo, nuances. Esse é o forró, que desde sua origem, já misturada, já passou por diversas renovações, mudanças, incorporações. Além do forró pé-de-serra, considerado tradicional, temos também o forró universitário e o forró eletrônico.
O baião também veio de outras tantas misturas, e em resumo podemos dizer que é um ritmo mais acelerado, mais apressado, mais avexado. Já o xote é uma pitada de melodia alemã, cheia de cadência e graça, adaptada ao gosto (e ao quadril) dos brasileiros, uma musica mais bailada, pra dançar junto.
Mas no final das contas, o que importa é o festejo, a diversão e a alegria. É como se o nosso corpo pedisse pela diversidade dos ritmos, ora querendo dançar de forma mais vibrante, ora de forma mais relaxada. Mas é tudo festa, é tudo São João: é forro, é xote, é baião!